Arrocha O Bigode Futebol Clube: Três anos de conquistas

Por Natália Boaventura

Em meados do ano de 2007 um papel eleitoral circulava pela sala ao fim do corredor térreo do bloco I. Em razão do anúncio da primeira Copa DACOI, a turma de Comunicação Integrada, 2006-2009 manhã, decidiu-se pela fundação de um time de futebol masculino. Embora houvesse um número considerável de homens para uma turma daquele curso, não se sabia, ao certo, o potencial dos meninos e o que esperar da sua união em campo.

O papel trazia uma listagem não muito criativa de nomes para o novo grupo esportivo, como PUC PARIU. Dentre tantas opções que caíam no comum, via-se uma que chamava atenção pelo nível de ousadia: ARROCHA O BIGODE FUTEBOL CLUBE, sugerido por Igor Lara. Obviamente, a votação mexeu com os ânimos de toda a sala e, ao final, para a surpresa de muitos, Arrocha foi o escolhido.

A começar pelo nome, ninguém apostava muito no time, duvidando da seriedade e capacidade dos meninos para disputar o campeonato – mas eles não vieram a passeio. A primeira escalação do Arrocha, que vestia o uniforme nas cores verde e vermelho, contava com Bruno Leal, Carlos Amaral, Gabriel Pinho, Henrique Cardinali, Igor Lara, Luiz Paulo, Rúbio Firmino e Tomás Arthuzzi. Para completar o time, Francis Campelo, membro da equipe do laboratório de vídeo, foi convidado para ser o goleiro – e assim se mantém até os dias atuais, embalado pelos gritos da torcida “Puta que pariu, é o melhor goleiro do Brasil: FRANCIS!”. Já na segunda copa, o último jogador entra para integrar o time: Leandro Preisser, também do laboratório de vídeo.

Da esquerda para a direita: (cima) Júlia Caldas, Leonardo, Luiza, Daniela, Ayala, Poliana, Tatiane, Fernanda, Verônica, Camila, Gláucia, (baixo) Bruno, Luiz, Igor, Francis, Tomás, Carlos e Henrique.

A composição do hino já trazia, nos dizeres, a pretensão do time. Na voz de Igor Lara, ouvem-se trechos como “Os times que se cuidem, nosso Arrocha já é rei” ou “Arrocha com orgulho, Arrocha campeão”. Por outro lado, no mesmo hino, o Arrocha já anunciava suas características de jogar limpo, de busca incansável pelo título, sempre com muita garra e, principalmente, da paixão pelo time.

As sucessivas vitórias, em sua maioria esmagadoras, e, por fim, a conquista do título da primeira Copa DACOI, assustaram alguns adversários e fizeram vibrar uma turma que, agora, podia-se dizer extremamente unida. As Arrochetes, time feminino também criado para o campeonato, eram presença certa na arquibancada em todos os jogos e, notadamente, formavam a torcida mais animada, com gritos de guerra, faixas, o bandeirão, bumbos e pandeiros. Entretanto, o sucesso teve um preço: estava aberto o clube dos “odiadores” do Arrocha o Bigode F.C., tendo o Luciano como maior implicante.

As copas seguintes foram marcadas pelo habilidoso futebol do Arrocha – e pela impopularidade com as outras equipes e torcidas. Apesar de não ter vencido todos os campeonatos, o time chegou a todas as finais brilhantemente, perdendo por pouco para os dois times que levaram a taça na II e IV edições: os Medíocres e Execráveis e os Ridículos, respectivamente. Aos poucos, os craques foram se consolidando e o time, vestindo o uniforme grená, adquiriu formação reduzida, porém, quase imbatível: Brunão, Igão Matador, Ike, Luiz (também conhecido como “o chato”), Leandro e Francis.

Odiado por quase todos e amados incondicionalmente por muitos, o Arrocha fez história e ainda promete muito mais. Excepcionalmente na última copa, os jogadores contaram com uma torcida não esperada (além das fiéis Arrochetes), devido à união de todo o curso em prol de uma vitória maior: a do curso de Comunicação. Até o Luciano, quem diria, se rendeu ao encanto arrocheiro e, além de figurar como treinador do time na final, segurou, com muito orgulho, a taça da vitória.

Antes de tudo, Arrocha e Arrochetes foram grandes incentivadores da Copa DACOI desde o início , acreditando nessa iniciativa e contribuindo para a integração de um curso que, graças ao campeonato e a magnífica administração dos responsáveis, não mais traz o termo “integrada” somente no nome. Sem dúvida, a Copa DACOI colocou o curso de Comunicação em um patamar nunca antes alcançado e, no que depender da colaboração dessas duas equipes, ainda haverá muitas outras edições.

Nas palavras do próprio Luciano, sobre o time feminino: “É preciso largar mão da imparcialidade jornalística para tomar talvez uma posição que seja condizente com história dessas meninas que se confunde com a história e a finalidade da grande Copa Integrada DACOI. [...] O time das Arrochetes, formado por jogadoras da própria sala, nunca entrou em quadra só com cinco jogadoras. Com elas sempre estiveram toda a torcida que, juntas, ajudaram as Arrochetes nas vitórias e a própria Copa DACOI a tornar-se o grande evento que é hoje”.

Apesar das ações exageradas, que causam bastante incômodo nos rivais (como a faixa “Eu já sabia” estampada na testa do jogador Igor Lara na última final e comentários como “Não somos nós que devemos nos preocupar com as outras equipes, e sim elas conosco”, do jogador Luiz Paulo), é indiscutível o futebol notório e respeitável da equipe do Arrocha.

O time contribuiu para a união de toda a turma, que marcou presença nas arquibancadas de todas as quadras das copas, destacando-se pela animação, e se reunia para comemorar as vitórias do glorioso após cada jogo. No ano de 2010, o Arrocha o Bigode Futebol Clube consagra-se TRICAMPEÃO da Copa Dacoi e completa três anos de muita garra.

Ganhando ou perdendo, “NOSSO ARROCHA JÁ É REI”.